domingo, 12 de abril de 2009

Passou bastante tempo... e o blog parado.

Isso aconteceu porque me desliguei do projeto.

Quem acompanha meu trabalho sabe que sempre acreditei nos processos de 'empoderamento' e infelizmente, ao meu ver, os rumos que o projeto (diretrizes e valores) foi tomando não condizia com o que acreditava.

Inclusive somente depois de um bom tempo, é que venho escrever (explicar) sobre minha saída da Instituição e a paralisação do blog. Sempre me envolvo com os projetos, eles são viscerais, principalmente por ser uma relação com pessoas é impossível fazer este trabalho sem vínculos afetivos e desta forma o desligamento sempre é uma perda... por isso meu silêncio!

Vamos ao caso:

Durante o segundo semestre de 2007 realizei um trabalho com um grupo de adolescentes, que ao serem 'entregues a mim' foi esclarecido o quanto era impossível realizar qualquer coisa com elas.

Foi um grupo de meninas mais sensacional que vivenciei, com quem trabalhei. Elas eram cheias de vontade, expressavam um modo de ser, curiosas com o mundo, questionadoras... haviam uma pulsão de vida incrível no grupo. O que, talvez, para os educadores fosse um problema, no sentido, que não há solução. Uma dificuldade que impediria qualquer sucesso do grupo- dentro dos molde estabelecido pela Ong - literalmente um projeto de inclusão - uma formatação do Ser para servir a estrutura dominante, sem nenhum pensamento crítico ou questionador.

Trabalhei com o grupo todo o semestre e no final, várias das participantes concluíram seus projetos de vestimentas. Foi super legal, era possível problematizar e discutir com o grupo vários aspectos do cotidiano, construções de visão de futuro, possibilidades de realização.

No final de 2007 sugeri que além do trabalho com a meninas, deveríamos fazer uma trabalho com um grupo de adultas, propus um projeto de geração de renda. Foi aí que começou o nó.

No início de 2008 foi comunicada que haveria um grupo de adultas pela manhã. A idéia era formar uma cooperativa de trabalho. Entretanto a grade de atividade do curso em Moda, para as adolescentes seria mantida da mesma forma para o grupo da manhã. Com um detalhe, em menos tempo, a metade dos encontros. Eu fazia a prática e a outra educadora teoria em moda.

Se já havia proposto uma outra atividade é pela necessidade de propor outra metodologia de ação. Mas parece-me que ninguém me entendeu. Inclusive o dialogo que já era truncado se tornou impossível.

Não houve uma discussão sobre os objetivos, de como fazer e porque fazer. Como educadora me senti perdendo meu fazer, passei a ser uma ferramenta que o outro manipula conforme suas necessidades e interesse.

Por fim, a proposta da Ong era organizar uma cooperativa de costureiras para realizar o trabalho de costura, apenas costura, de sacolas para as grandes redes varegistas. Todo o processo intermediado pela Ong, sem transferência de conhecimento e técnica, sem autonomia. O grupo seria fornecedor de mão-de-obra.

Ao meu ver, um proposta de externalizar custos, baratear a produção, com o discurso de fazer o bem. Entretanto em nenhum momento houve uma discussão sobre autonomia, gerência e criação de produtos. Toda mediação - produtores/mercado seria realizada pela Instituição, ficando o grupo cooperado somente com a parte da execução da produção.

Um equívoco...

A proposta da formação, especificamente para grupo de adolescentes foi mal elaborada pois a faixa etária era incompatível com a proposta - formação profissional, com enfase no empreendedorismo com meninas de 12 a 18 anos. Com o grupo adulto não havia formação para o cooperativismo, formação de conceitos de autonomia, associativismos, grupo produtivo, processo de produção, gestão e financiamento de empreendimentos.

Outro problema comum aos dois grupo era a rotatividade das participantes - todo dia havia uma educanda nova e outra que deixava de participar. Era sempre um começo... e o fim.

Além destes fatos que complicaram, tornaram impossível a inter-relação (eu/instituição) havia a falta de empatia com o grupo de adolescentes.

Era uma grupo apático, não consegui estabelecer dialogo. Parecia estar ali para cumprir tabela. As meninas não tinham interesse pelo fazer- costurar, bordar. Apenas algumas se envolveram com as atividades. E tudo foi se tornando um peso.

escrevi isso em 28/07/08

Hoje foi o retorno da aulas e para mim foi como ir para o matadouro... desde o início do ano percebi que havia tomado uma decisão errada (...) A aula com a s meninas foi a mesma coisa. Aquele desânimo!


Nas aulas de Ética, cidadania e comunicação eu tinha mais respostas aos estímulos, mas mesmo assim eram sem vida - quase mortas, mas ali estávamos num dialogo mudo e de percepções veladas.

Madalena Freire tem um poema que fala bem disto tudo:

O FIO DA PERGUNTA

Vôo rasante, aviamento de olhar perdido, franzido de mal-estar, represado de divergência entre dentes, suspenso, buscando equilíbrio, bamboleando no fio solto, pelo espaço da sala.

Perguntas suspensas entre o céu e a terra no mar velado dos "não sei", "não estou entendendo nada!", "onde esta o fio?", "cadê o começo?", "onde é a entrada?", "tem saída?".

Quero, "vamos fugir! Vamos fugir deste lugar!".

Caos, crise, cai da cama, da canoa, do buraco da nuvem, do salto alto.

Perdi meu travesseiro, minha âncora, meu domínio ordinário de mim mesma.

Quero, "Vamos fugir para outro lugar, para onde quer que você vá"
eu quero IR!





Por fim, tudo passou... ficou para trás como um vivência capaz de produzir muita reflexão.

"aqueles que ignoram a história são condenados a repeti-la" - Walter Benjamin.


E o presente continua em : http://caderno-campo1.blogspot.com

sábado, 23 de agosto de 2008

Modelagem de roupas

Os conceitos e técnicas adotadas nesta formação visa oferecer conhecimento para confecção de modelagem planificada feminina. É um curso para iniciantes que em sua maioria nunca fizeram moldes e nunca costuraram. Tem por finalidade última auxiliar na concretização dos conhecimentos teóricos sobre moda.

A proposta é que ao final do curso (dez/08) o grupo possa desenvolver uma coleção, cada um confeccionando sua criação.

Conteúdo - modelagem feminina (saia, blusa, vestido e calça)

Parâmetros antropométricos para modelagem plana.
Estudo de tabela de medidas.
Traçado de diagramas,
Elaboração de bases,
Leitura de modelo,
Elaboração de molde para corte
Gradação (criar a grade de tamanhos - P/M/G)

O trabalho da(o) modelista é fazer o molde para corte da roupa, ela(e) interpreta o modelo (desenho,croqui, foto, outra peça), fazendo uma leitura de todas as partes da roupa, todos os cortes e recortes, desenvolvido segundo as informações do estilista.
O princípio técnico-científico da modelagem e os benefícios estéticos visam o caimento, o design e o conforto como forma de atender as necessidades e os desejos das pessoas.
Ao fazer a modelagem deve-se observar todos os detalhes do modelo a ser confeccionado. Os aspectos vão do tecido utilizado, tipos de fechos (botões,ziper), forro, entretela, e outros. Essa, entre outras é a atividade específica do modelista para o desenvolvimento do produto.


Em minha pesquisa sobre modelagem e suas diversas formas encontrei com Madeleine Vionet precusora do corte na diagonal. Olhem essa obra:


Um bom lugar para ir é o Blog da Sônia Duarte - Modelista profissional e pesquisadora - Modelagem Industrial Brasileira , lá ela auxilia várias pessoas, tira dúvidas e dá dicas de como fazer outras tantas.


Sobre Medidas... uma discussão sem fim

Para a aula de modelagem sempre faço um bate papo sobre padrões estético, tipo de corpo, tamanhos e padronização.... proponho que realizem uma pequena pesquisa antropométrica, procurando medir pessoas em idades diferentes e também com formato de corpo diferente. Um exercício de percepção. Apresento algumas tabelas e fazemos a comparações. Proponho ao grupo que faça sua auto medição.... e depois o colega... Peço ao grupo que procure se enquadrar num tamanho na tabela de medidas.


O Comitê Brasileiro de Têxteis da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) indica a necessidade do conhecimento das medidas antropométricas indicadas pela norma NBR13377, datada de 1995. No momento passa por uma atualização e nova denominação:
Medidas do Corpo Humano Para Vestuário. Define os padrões referenciais assim como as tabelas de medidas correspondentes ao tipo físico da pessoa a qual estão destinadas às peças.

Outro lugar interessante é o modelagem.blog lá também tem dicas interessantes.


Serviço Brasileiro de Respostas Técnicas
Modelagem Industrial Brasileira
Madeleine Vionnet

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

O povo Brasileiro - encontros e desencontros...

Aqui Darcy Ribeiro faz a síntese da Nação Brasileira.... Assim somos... brasileiro, inventando uma forma de estar no mundo.

Entre outras coisas olhem as colchas em retalhos que mostram a multiplicidade brasileira...








Para saber mais vá no Youtube...

O povo Brasileiro 3

'O Povo Brasileiro ' de Darcy Ribeiro...

Matriz Afro






O povo Brasileiro 2

'O Povo Brasileiro ' de Darcy Ribeiro...

Matriz Lusa






terça-feira, 12 de agosto de 2008

O povo Brasileiro 1

Dando continuidade ao primeiro tema - homem e sociedade - assistimos o filme sobre o livro 'O Povo Brasileiro ' de Darcy Ribeiro... Vimos os capítulos referentes as três matrizes étnicas que formaram o Brasil.

A intenção ao passar esse filme foi pela possibilidade de discutir as diferenças entre as culturas...

1 - Matriz Tupi






segunda-feira, 11 de agosto de 2008

1 - Interação Social

Esta atividade tem como proposta a problematização da questão do 'EU' e do 'Outro' na sociedade. Para isto apresentei algumas frases e pedi para que a educandas falassem sobre elas.

O ser humano vivem em grupo, nesta vivência aprende e desenvolve as atitudes e comportamentos que lhe possibilitam realizar-se como pessoa.

O ser humano pode, até certo ponto, escolher os grupos de que pretende participar, como também existem diversas formas de organização social.

São raros os casos de total isolamento de indivíduos. É mais frequente o isolamentos de grupos, que ocorrem por fatores geofísicos: distância, falta de via de acesso e comunicação, rios, marés, mangues...

para debate levantei as seguintes questões:

é possível viver em isolamento? qual é nossa relação com o outro?

realmente escolhemos os grupo dos quais participamos?

Como fazer para vivermos com tantas diferenças?

as participantes responderam questões... e também confccionaram cartazes expressando o conteúdo. (eu ia colocar o cartaz aqui, mas houve um acidente e eles foram parar no lixo! - depois explico!)

Neste dia acabamos fazendo uma discussão sobre isolamento. O próprio grupo reconheceu que estava fazendo isso com algumas colegas, principalmente uma...
Foi colocado em questão a possibilidade de diálogo com o diferente, assim o grupo poderia estabelecer limites e fazer combinados de convivência. Como a pessoa chave não estava presente a conversa ficou de ser retomada no encontro seguinte.